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Para cortar custos, Peugeot abandona tradicional edifício em Paris
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Luís Perez

Na primeira vez em que fui a Paris, em 1998, pouco depois da Copa do Mundo da França, fiquei hospedado no hotel Concorde La Fayette, em Porte Maillot. Não parece uma região tão central, fica bem ao lado do boulevard Périphérique, que circunda a capital francesa. Mas sua localização era estratégica.

A poucos passos dali, atravessando por dentro o Palácio do Congresso, chega-se ao número 75 da avenida Grand Armée, sede do grupo PSA e vitrine privilegiada de automóveis Peugeot. A avenida é uma continuação da mais famosa via de Paris, a Champs-Elysées, logo após o Arco do Triunfo.

O imponente prédio da PSA na avenida Grand Armée

O imponente prédio da PSA na avenida Grand Armée

Acontece que a crise que se abateu sobre o grupo francês já o havia obrigado a se desfazer do prédio, que foi vendido para gerar caixa e posteriormente alugado para a própria empresa. Agora nem o aluguel ela poderá mais pagar. A sede do grupo vai se mudar em 2017 para um local mais distante, a oeste de Paris, em razão de corte de despesas.

A Peugeot está instalada no local desde os anos 60, quando lançou o modelo 404.

Em tempo: nem o Concorde La Fayette tem esse nome mais. Instalado em um dos poucos prédios altos de Paris, ele se chama agora Hyatt Regency.


Trânsito em Paris é fiscalizado em carro descaracterizado
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Luís Perez

O trajeto em Paris era muito curto. De carro seria 1,8 quilômetro. A pé menos ainda. Mas estava chovendo. De carro era uma mão na roda. Bastaria pegá-lo no número 5 da rua Jacques Callot e devolvê-lo logo do outro lado do rio Sena, no número 3 da rua Saint Roch. O Autolib’, sistema de compartilhamento de carros da capital francesa, permite tal facilidade (leia mais aqui).

Pego o carro, Júlia se acomoda de cinto no banco de trás, mas eu erro o trajeto, antecipando uma entrada (entro na Pont du Carrousel, em vez de na Pont Royal). Teria de dar uma voltinha a mais para chegar ao destino. O trajeto estava marcado no aplicativo de mapas do iPhone, que deixara repousando sobre o banco do passageiro – ia apenas ouvindo suas instruções.

Logo que noto que poderia ter errado o caminho, pego o telefone para dar uma olhada. Vejo o que tenho de fazer para corrigir a rota e o coloco de volta no banco ao lado. Feliz e contente, faço uma conversão à direita. Ouço sirenes. “Cidadezinha barulhenta”, penso. Mais sirenes. “Tenho de deixar essa viatura passar”, falo comigo mesmo.

Fiscais à paisana verificam o trânsito

Fiscais à paisana verificam o trânsito

Quando diminuo a velocidade, o som de sirene está cada vez mais forte e bem atrás de mim, sem parar. Polícia. Documentos. “Fiz algo errado?”, pergunto, imaginando alguma conversão proibida. “Fez sim“, responde o policial (policial?), sem dizer o quê. Examina carteira de habilitação, documentos do carro, contrato de locação.

A essa altura, Júlia já chorava no banco de trás, preocupada com o que estava acontecendo. Até que o fiscal (não era um policial, não estava de farda…) resolve revelar: “Você estava dirigindo com o celular em uma das mãos”. Sim, mas puxa, ele pegou aqueles poucos segundos em que conferi o erro no caminho.

Feita a abordagem, documentos em ordem, tudo não passou de uma bronca. Vão embora, mas, por alguns quarteirões, nosso caminho é o mesmo. Eles me ultrapassam e seguem de olho vivo no que acontece no trânsito. Então eu noto: eles fiscalizam tudo à paisana, em um Citroën C3 antigo branco, descaracterizado, e só na hora da abordagem é que colocam o giroflex e acionam a sirene.

Sabidinhos esses franceses…


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