Blog do Luís Perez

Arquivo : trânsito

Cinto, obra de Maluf, também criou chiadeira
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Luís Perez

Está tudo errado!

Descobriram que diminuir a letalidade no trânsito passa por reduzir cada vez mais a velocidade das vias – vide os novos limites das marginais.

É mais fácil do que educar pedestres, que insistem em atravessar vias expressas por onde não se deve, em cobrar veículos com manutenção em dia ou mesmo fiscalizar quem anda não a 90 km/h, mas a 180 km/h, pouco se importando que o limite  caia para 20 km/h ou 10 km/h.

Tecnocratas evocam estatísticas que mostram que a letalidade é menor quanto mais baixa for a velocidade. Ora, então diminua-se a velocidade para 20 km/h de uma vez!

Maluf começou com a obrigatoriedade do cinto

Maluf começou com a obrigatoriedade do cinto

Em meio a tantas discussões ideológicas, por outro lado, pensei: e se de repente a iniciativa dá certo? E se o trânsito nas “vias expressas” paulistanas se tornarem de fato mais civilizado com a medida haddadiana!?

Esqueça partidos e figuras políticas. Motoristas com menos de 35 anos provavelmente não se lembram da gritaria que foi a obrigatoriedade do cinto de segurança na cidade.

À época se argumentava se tratar de uma medida desnecessária, que a velocidade baixa na cidade não justificaria o uso de cinto etc. etc. etc. As pessoas se sentiam “presas”. Meu pai colou um adesivo no volante: “Usar cinto”, para lembrar.

Quem era o prefeito que criou essa ideia idiota?

Era Paulo Maluf.


Trânsito em Paris é fiscalizado em carro descaracterizado
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Luís Perez

O trajeto em Paris era muito curto. De carro seria 1,8 quilômetro. A pé menos ainda. Mas estava chovendo. De carro era uma mão na roda. Bastaria pegá-lo no número 5 da rua Jacques Callot e devolvê-lo logo do outro lado do rio Sena, no número 3 da rua Saint Roch. O Autolib’, sistema de compartilhamento de carros da capital francesa, permite tal facilidade (leia mais aqui).

Pego o carro, Júlia se acomoda de cinto no banco de trás, mas eu erro o trajeto, antecipando uma entrada (entro na Pont du Carrousel, em vez de na Pont Royal). Teria de dar uma voltinha a mais para chegar ao destino. O trajeto estava marcado no aplicativo de mapas do iPhone, que deixara repousando sobre o banco do passageiro – ia apenas ouvindo suas instruções.

Logo que noto que poderia ter errado o caminho, pego o telefone para dar uma olhada. Vejo o que tenho de fazer para corrigir a rota e o coloco de volta no banco ao lado. Feliz e contente, faço uma conversão à direita. Ouço sirenes. “Cidadezinha barulhenta”, penso. Mais sirenes. “Tenho de deixar essa viatura passar”, falo comigo mesmo.

Fiscais à paisana verificam o trânsito

Fiscais à paisana verificam o trânsito

Quando diminuo a velocidade, o som de sirene está cada vez mais forte e bem atrás de mim, sem parar. Polícia. Documentos. “Fiz algo errado?”, pergunto, imaginando alguma conversão proibida. “Fez sim“, responde o policial (policial?), sem dizer o quê. Examina carteira de habilitação, documentos do carro, contrato de locação.

A essa altura, Júlia já chorava no banco de trás, preocupada com o que estava acontecendo. Até que o fiscal (não era um policial, não estava de farda…) resolve revelar: “Você estava dirigindo com o celular em uma das mãos”. Sim, mas puxa, ele pegou aqueles poucos segundos em que conferi o erro no caminho.

Feita a abordagem, documentos em ordem, tudo não passou de uma bronca. Vão embora, mas, por alguns quarteirões, nosso caminho é o mesmo. Eles me ultrapassam e seguem de olho vivo no que acontece no trânsito. Então eu noto: eles fiscalizam tudo à paisana, em um Citroën C3 antigo branco, descaracterizado, e só na hora da abordagem é que colocam o giroflex e acionam a sirene.

Sabidinhos esses franceses…


Um dia perdido no trânsito da marginal Tietê
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Luís Perez

Esta terça (18) é um daqueles típicos dias perdidos, tão comuns aos paulistanos, por um trânsito infernal. Vou a Goiânia para o lançamento do Fiat 500 Abarth. Meu voo partia de Guarulhos às 19h05.

Saí cedo do escritório, 16h30. No Waze o prognóstico já não era bom – 18h05. Mas tranquilo, uma vez que o embarque seria às 18h25. Chegaria 20 minutos antes. O que não contava era com a marginal Tietê completamente travada. Resultado: cheguei ao portão de embarque no terminal 4 do aeroporto de Guarulhos às 19h, 15 minutos após o fechamento do voo.

Marginal Tietê travada na tarde desta terça (18)

Marginal Tietê travada na tarde desta terça (18)

Juro que pensei ter saído com antecedência. Mas não podia imaginar que um percurso de 27 quilômetros levaria cerca de duas horas e meia para ser percorrido. De Guarulhos vim para Congonhas (mais quase 30 quilômetros). A previsão de chegada a Goiânia é 22h53.

Fica a sensação de que teria sido mais fácil ter ido de carro.


Brasileiro é cordial e solidário? Não no trânsito
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Luís Perez

Infelizmente ontem fui vítima de um acidente de trânsito. Não vem ao caso dizer a marca dos carros envolvidos. O assunto é outro. A rua era estreita, de mão dupla, na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo). Eu estava parado no semáforo quando a motorista do carro que vinha em sentido contrário se distraiu (com o Waze, admitiu dela…), perdeu a direção e bateu na dianteira do meu.

Felizmente ninguém se machucou. A forma como os dois carros bateram fechou a rua – havia carros estacionados junto ao meio-fio de cada lado. Imediatamente desci do veículo em que estava, produzi algumas fotos da posição dos carros e, como não havia vítimas, poderíamos tirá-los de lá.

Só que o dela, que era um veículo pequeno, não andava (algo quebrou, e as rodas dianteiras não tracionavam). O meu sim – embora estivesse vazando água do radiador, o que não tornava recomendável andar muito. Simplesmente estacionei em um local permitido. Assim, pelo menos uma das faixas ficaria liberada ao trânsito, “desentupindo” a rua.

E aqui vai meu protesto, meu desgosto. Noventa por cento dos motoristas que passavam diziam impropérios (o mais publicável era na linha “Tira essa lata velha do meio da rua”). Ora, se fosse possível retirá-lo sem guincho, a dona do carro o teria feito. Mas não era.

Brasileiro é um povo cordial, solidário e alegre? Pois sim.


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