Blog do Luís Perez

Quando a tecnologia só atrapalha
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Luís Perez

Nem sempre a tecnologia vem para o bem. E certos estabelecimentos estão pouco se lixando se determinada mudança vai beneficiar o usuário ou não. Um exemplo dos mais gritantes é o do Sem Parar, que atrela cada chip que abre a cancela do pedágio a um carro. Ou seja, se uma família tem quatro carros em casa (pai, mãe e cada um de dois filhos), é preciso pagar quatro mensalidades. O mesmo vale para a mesma pessoa tem dois ou mais carros e assim por diante.

Eis que a academia Ecofit, da zona oeste de São Paulo, resolveu seguir a brilhante ideia do Sem Parar. O estacionamento custa R$ 5. Quem quer economizar, compra de uma só vez dez “passes” por R$ 45 (o estacionamento baixa então para R$ 4,50). Antes o que estou chamando de “passe” eram selinhos, pequenos adesivos que iam grudados no comprovante de estacionamento.

Agora não. Tudo é feito automaticamente para “facilitar a vida” do aluno. Pois só facilita a vida de quem usa no máximo dois carros, pois só permite cadastrar duas placas – entrada e saída acontecem de acordo com elas. Aí algum engraçadinho vai dizer: “Você é jornalista automotivo, testa carros e está reclamando por isso, pois anda com muitos carros diferentes”.

Academia Ecofit, na zona oeste de São Paulo

Academia Ecofit, na zona oeste de São Paulo

Compra de estacionamento em lote só para duas placas

Compra de estacionamento em lote só para duas placas

Até pensei que fosse isso, mas fui apurar e descobri que há alunos que usam três ou quatro carros. E quem usa carro cedido pela empresa? Ainda perguntei se o cadastro poderia ser feito por RG ou CPF. “Não tem como”, foi a resposta que ouvi.

Claro, o interesse, assim como o do pessoal do Sem Parar, é que a gente pague mais caro. Cliente satisfeito pra quê? Ah, os sempre cordiais manobristas têm o discurso pronto: “A gente recebe as ordens lá de cima”, referindo-se à direção da academia.

Ou seja, típico exemplo de tecnologia que atrapalha (e não lhe dá alternativas), sendo que da forma antiga tudo dava certo…


Morte de Cristiano Araújo é uma derrota para nós
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Luís Perez

cristiano

Certa vez uma amiga me escreveu para fazer uma “denúncia”. Estava em uma estrada secundária quando seu carro equipado com airbag saiu da pista, rolou uma ribanceira e capotou cinco vezes. “Acredita que o airbag não abriu?”, disse, indignada. Expliquei a ela que airbag abre com desaceleração, não necessariamente com um capotamento, e perguntei se ela havia batido o rosto no volante. A resposta foi não. Aliás, não teve nenhum ferimento mais grave. “Pois então, não foi uma batida para abrir airbag, o que poderia ter agravado a situação.”

Mais da metade dos passageiros de trás não usa cinto; leia aqui

Em outra ocasião, entrevistei uma motorista tetraplégica. O assunto da reportagem era um equipamento de adaptação, mas aproveitei para perguntar como ela havia se tornando cadeirante. Havia cerca de 20 anos, ela estava como passageira no banco da frente, voltando do litoral pela rodovia dos Tamoios, quando começou a ficar enjoada com as curvas da estrada. Incomodada pelo cinto, decidiu desafivelá-lo “só por alguns instantes”. Esses “instantes” foram o momento em que a motorista perdeu o controle da direção, provocando um acidente.

Pois bem. Jornalista automotivo não vive só de testar e escrever sobre carro. Todo mundo sabe que os recursos de segurança de um Range Rover são última geração. Mas nem toda a tecnologia do mundo é capaz de poupar vidas se providências básicas como afivelar o cinto de segurança não forem tomadas (leia reportagem aqui). O airbag complementa a proteção do cinto – e veja nas fotos do carro do cantor Cristiano Araújo, morto nesta madrugada em acidente no interior de Goiás, como praticamente todos os airbags foram deflagrados.

Veja no vídeo abaixo: se uma criança presa a uma cadeirinha e ao cinto já sofre desse jeito em uma colisão, imagine um passageiro totalmente desprotegido

Ao ver um monte de gente me sugerindo pautas sobre a importância do uso do cinto também no banco traseiro ou mesmo lendo chamadas de reportagens sobre o tema, só me vem a cabeça a pergunta: “Mas agora é tarde, não?”. Nossa obrigação é alertar, fomentar as melhores práticas, no limite educar. Ou espernear, como quando o então ministro Guido Mantega quis prorrogar a não-obrigatoriedade de airbag e ABS apenas para a Kombi – na época, a gritaria deu certo.

Trabalhar com um jornalismo que em grande parte é conscientização e ver jovens morrerem por não usar o cinto de segurança deveria ser encarado como uma acachapante derrota para todos nós.


Rejeitado, “embaixador da Jaguar” abriu caminho a Gianecchini
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Luís Perez

O ator Carlos Casagrande, que a Jaguar tem como “embaixador da marca” – e que participou recentemente de evento em Farnborough (Inglaterra) com jornalistas – foi uma espécie de “alavanca” para o sucesso, no início dos anos 90, de um jovem modelo (que depois também viraria ator) desconhecido: ninguém menos que Reynaldo Gianecchini.

Em 1993 Casagrande iria participar de uma campanha de publicidade das lojas Mappin. O novato Gianecchini foi a um sítio no interior de São Paulo para participar de uma sessão de fotos ao lado da sensação do momento, Carlos Casagrande. Foi quando surgiu um burburinho no set.

O "embaixador" da Jaguar, Carlos Casagrande Foto Eugênio Augusto Brito

O ''embaixador'' da Jaguar, Carlos Casagrande  Foto Eugênio Augusto Brito

“O figurino do protagonista, com as peças principais da campanha da rede Mappin, não estava funcionando. Mais precisamente, as roupas pareciam justas demais em Casagrande. O modelo estava muito forte, e a musculatura parecia que ia explodir a camisa. Não estava bonito”, escreve Guilherme Fiuza no livro “Giane”, sobre Gianecchini.

Então o diretor disse: “Vamos experimentar a roupa naquele ali”. Era Gianecchini, o branquinho magrelo que chegara para fazer uma ponta no catálogo. Foi assim que o jovem estudante de direito de Birigui (SP) deu o primeiro passo para depois estourar na novela “Laços de Família” (2000) e se tornar o conhecido ator que é hoje.


Diretor de comunicação da GM anuncia aposentadoria
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Luís Perez

Na manhã desta quarta (22), o diretor de Comunicação da General Motors do Brasil, Pedro Luiz Dias, comunicou sua aposentadoria em um sucinto e-mail dirigido a amigos e profissionais com quem trabalhou.

“Há anos que preparo alguns planos e atividades que passo a praticar mais dedicadamente depois do próximo dia 30 de abril”, afirma. Entre eles, estão passar mais tempo com a família, dedicar-se à universidade (é professor da BSP, Business School São Paulo) e a atividades rurais (na fazenda Santa Ana do Cafundó, de sua família).

Foram 37 anos de trabalho na GM, onde ingressou em 1978 como estagiário no complexo industrial de São José dos Campos. Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas pela Universidade Braz Cubas, bacharel em Ciências Jurídicas pela Universidade do Vale do Paraíba com MBA em marketing pela Fundação Getúlio Vargas de Brasília, Pedro foi promovido em 1980 a gerente de relações públicas, também em São José. Em 1986 foi transferido para a sede da GM em São Caetano do Sul, como gerente de relações públicas.

pedroluiz

Em 1989 foi transferido para a General Motors Corporation, em Detroit, para trabalhar como assistente sênior da Diretoria Internacional de Comunicações. Retornando ao Brasil em maio de 1992, foi designado como gerente do Departamento de Relações Empresariais. Em 1996 foi promovido a diretor de Relações Governamentais e Públicas no escritório da empresa em Brasília. Assumiu a comunicação social da empresa em outubro de 2001.

Acumulava também a vice-presidência do Instituto General Motors, braço social da empresa e que gera recursos financeiros para projetos educacionais nas comunidades em que a GM tem atividades industriais.

Sentiremos falta de seu convívio no dia a dia.


Do que tem medo a Ford?
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Luís Perez

Que o mercado está sendo inundado de utilitários esportivos compactos (famosos SUVs compactos), não é novidade.

Honda HR-V, Jeep Renegade, Peugeot 2008, novo Renault Duster, sem falar nos já existentes Chevrolet Tracker e Citroën Aircross.

Todos chegam para enfrentar o EcoSport, precursor do segmento, que nada de braçada desde 2003 e que terá de se reinventar para seguir no ritmo.

Agora, um dado que me deixa pasmo: a atual geração do EcoSport foi apresentada no início de 2012, ainda como protótipo, e lançado comercialmente no final do mesmo ano.

Ford EcoSport: só andamos nele no lançamento

Ford EcoSport: só andamos nele no lançamento

O site Carpress, pelo qual foi responsável, sempre foi convocado para todas as apresentações e para o lançamento. No entanto, acredite se quiser, o carro nunca foi emprestado por uma semana pela Ford, como é praxe, para uma avaliação mais minuciosa.

Isso mesmo: o carro está há mais de dois anos no mercado, vai ter de enfrentar diversos concorrentes e simplesmente não se tem base de comparação. Eu não sei dizer se ele é melhor ou pior do que os rivais.

Tenho relatos de que isso não é nada pessoal comigo. Muitas publicações precisam recorrer a EcoSports emprestados para viabilizar reportagens comparativas. Não sei se é um problema na frota da Ford – sei que algumas unidades já foram emprestadas para publicações de lifestyle.

Afinal, do que a Ford tem medo?


Quando o assunto é carro, melhor é ser infiel mesmo
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Luís Perez

Leio que a marca japonesa Subaru instituiu um “conselho consultivo” com clientes da marca (aqui). Não gostei da notícia. Ora, se há um segmento em que é saudável ser infiel, é no automotivo. Explico.

Imagine se eu comprasse um carro da marca X durante toda a vida – como há donos de Subaru que só trocam de carro por modelos dentro da marca há 30 anos, como diz a reportagem.

Se hoje sou dono de um Gol, só posso ter Volkswagen? E meu sonho de ter um Mercedes-Benz, um BMW, onde fica?

Eu mesmo me considero um consumidor infiel. Meus primeiros carros foram Fiat. Tive Chevrolet, Citroën, smart, Fiat de novo (Cinquecento) até chegar à geração anterior do Honda Civic.

Ah, como eu gostava do meu velho Honda Civic LXL...

Ah, como eu gostava do meu velho Honda Civic LXL…

Era um carro maravilhoso de guiar. Na atual geração, lançada no final de 2011, isso se perdeu. Imagine só se eu tivesse insistido em ficar na marca. Estaria infeliz.

Realizei o sonho de ter um Mercedes-Benz, um C 180, devidamente passado adiante em razão dos altos custos para mantê-lo (para os padrões de um simples jornalista). Mas realizei.

Conselho consultivo? Fidelidade a uma marca? Em nome da competição, esses conceitos não estão com nada.


Estepe na traseira do EcoSport mais atrapalha do que ajuda
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Luís Perez

Em uma das apresentações que fez por ocasião do lançamento do novo EcoSport, em 2012, a Ford promoveu uma visita de um grupo de jornalistas a sua fábrica de Camaçari (BA).

Em uma sala de reuniões, questionei um profissional da engenharia sobre o estepe na traseira. Perguntei se ele mais ajudava ou mais atrapalhava na aerodinâmica do carro.

Traseira do EcoSport apresentado em Genebra

Traseira do EcoSport apresentado em Genebra

A resposta veio em um momento de rara sinceridade: “Na verdade, só atrapalha”. Risos na sala. Volta e meia vejo um EcoSport desfalcado do estepe pelas ruas.

Mas agora, em Genebra, uma versão do modelo, que é global, foi apresentado sem o apetrecho. E não é que ficou muito mais bonito!? Por que querem enfiar goela adentro aquele apêndice off-road?

Melhor seria ter liberdade de escolha.


Aplicativo de táxi: motorista cobra por corrida não realizada
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Luís Perez

Você usa aplicativos para táxis? Eu uso muito. Na tarde do dia 25 de fevereiro (aquela quarta-feira em que caiu o mundo em São Paulo), pedi um táxi ao lado do metrô Vila Madalena. Estava “escondido” sob a cobertura da drogaria Farto. Pedi um táxi pelo aplicativo 99Taxis. O telefone dizia que ele estava chegando, chegando… Até que só vi o táxi se distanciar. Foi embora.

Não é que hoje chega uma tentativa de cobrança de R$ 15 por um analista do serviço? Pois é. Para completar a corrida, que seria paga com PayPal, eu teria de incluir no smartphone do taxista os três primeiros dígitos do meu CPF, o que obviamente não fiz, pois ele foi embora.

Mas é muita cara de pau querer cobrar agora. Vale uma reclamação formal para o serviço do aplicativo, bem como uma queixa no serviço 156 da prefeitura.

99Taxis: tentativa de cobrança irregular

99Taxis: tentativa de cobrança irregular

Detalhe: a Central de Atendimento do 99Taxis é um 0300, ou seja, um serviço que EU tenho de pagar para usar. Absurdo

Em vez disso, entrei no aplicativo, reprovei a conduta do taxista e veja a resposta que recebi: “Provavelmente deve ter acontecido o envio do recibo por engano. Entraremos em contato com o taxista para adverti-lo. Por favor, ignore o recibo e caso isso ocorra novamente, nos informe para que possamos advertir o taxista ou bloqueá-lo em caso de frequência. Taxistas que não seguem corretamente o sistema recebem punições e podem ser bloqueados do uso do aplicativo”.

PS – A assessoria de imprensa da 99Taxis entrou em contato posterior e solicitou que fosse feito o esclarecimento que segue: “Conforme esclarecido pela 99Taxis, o e-mail recebido após a corrida era uma confirmação de segurança, uma vez que o sistema verificou que esta não foi finalizada com o CPF correto e sinalizando que sem a digitação do código de segurança não tem como o valor ser cobrado de sua conta Pay Pal, mesmo que o taxista coloque um valor para a corrida. Serão tomadas as devidas providências na orientação e punição ao taxista. Como um pedido de desculpas, enviaremos um cupom de descontos para você aproveitar em futuras corridas de táxis”.

Recebi um voucher de R$ 15. Questionei se ele estaria sendo concedido em razão da minha condição de jornalista. Segundo a assessoria, a resposta é não. ''Todos os usuários que passam por algum problema o recebem.''


up! entra no “top ten” e Fox vira carro-chefe da Volkswagen
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Luís Perez

Rojões possivelmente puderam ser ouvidos da via Anchieta, onde fica a sede administrativa da Volkswagen do Brasil – e uma de suas principais fábricas no mundo.

É que, um ano e um mês após seu lançamento comercial, o subcompacto up! entrou na lista dos “top ten”, alcançando, com 5.509 unidades vendidas em fevereiro, o posto de oitavo automóvel de passeio mais vendido do país.

Sua melhor posição de vendas, no entanto, foi janeiro, quando foram vendidas 6.780 unidades. Hoje já existem mais de 70 mil unidades do up! circulando pelo país. Nove mil unidades foram exportadas para a Argentina desde junho.

up!: Volkswagen comemora sua chegada ao "top ten"

up!: Volkswagen comemora sua chegada ao ''top ten''

Dados preliminares de fevereiro mostram que a Volkswagen liderou o ranking de vendas de automóveis de passeio, com 25.131 unidades. Desde janeiro o novo Fox é modelo mais comercializado da marca, com 16.502 unidades emplacadas no bimestre. Em fevereiro ele aparecerá no ranking em segundo lugar (o primeiro seguirá sendo o Fiat Palio), com 7.377 unidades.

Ei, e o Gol, o mais vendido havia 27 anos!? Ele deve aparecer quase fora do “top ten”…


Kombi vai promover musical sobre Chacrinha
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Luís Perez

Licenciada da Shell no Brasil, a Raízen vai colocar até domingo (22) uma kombi-karaokê em alguns postos da marca no Rio para promover o espetáculo “Chacrinha, o Musical”. A peça fica em cartaz no teatro João Caetano até 1º de março.

Os visitantes que entrarem na Kombi ganharão um brinde do espetáculo: uma garrafa em forma de abacaxi, fruta que o Velho Guerreiro costumava distribuir em seu programa de auditório.

Kombi-karaokê promove musical no Rio

Kombi-karaokê promove musical no Rio

Os cinco primeiros participantes de cada posto também ganham um crédito em Shell V-Power para usar em uma próxima visita. Os clientes que abastecerem com R$ 50 de Shell V-Power Nitro +, comprarem R$ 25 nas lojas Select ou trocarem o óleo ganharão um voucher de 25% de desconto na compra de até dois ingressos do musical.

É uma forma criativa de promover a cultura.