Brasileiro é cordial e solidário? Não no trânsito
Luís Perez
Infelizmente ontem fui vítima de um acidente de trânsito. Não vem ao caso dizer a marca dos carros envolvidos. O assunto é outro. A rua era estreita, de mão dupla, na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo). Eu estava parado no semáforo quando a motorista do carro que vinha em sentido contrário se distraiu (com o Waze, admitiu dela…), perdeu a direção e bateu na dianteira do meu.
Felizmente ninguém se machucou. A forma como os dois carros bateram fechou a rua – havia carros estacionados junto ao meio-fio de cada lado. Imediatamente desci do veículo em que estava, produzi algumas fotos da posição dos carros e, como não havia vítimas, poderíamos tirá-los de lá.
Só que o dela, que era um veículo pequeno, não andava (algo quebrou, e as rodas dianteiras não tracionavam). O meu sim – embora estivesse vazando água do radiador, o que não tornava recomendável andar muito. Simplesmente estacionei em um local permitido. Assim, pelo menos uma das faixas ficaria liberada ao trânsito, “desentupindo” a rua.
E aqui vai meu protesto, meu desgosto. Noventa por cento dos motoristas que passavam diziam impropérios (o mais publicável era na linha “Tira essa lata velha do meio da rua”). Ora, se fosse possível retirá-lo sem guincho, a dona do carro o teria feito. Mas não era.
Brasileiro é um povo cordial, solidário e alegre? Pois sim.