É possível carro à prova de morte?
Luís Perez
A sueca Volvo tem uma meta um tanto ambiciosa: a de que, a partir de 2020, ninguém deverá morrer ou ficar gravemente ferido em acidentes com carros da marca.
Sim, a empresa cultiva há décadas a reputação de carros seguríssimos, o que de fato corresponde à realidade. A marca já chegou até a levantar a bandeira da segurança em detrimento de outras – design, por exemplo.
No entanto, mesmo em um carro feito para ser à prova de mortes, o passageiro que nesta madrugada morreu carbonizado dentro da cabine do sedã S60 dificilmente sairia ileso (leia notícia aqui).
O carro bateu e derrubou um poste, que caiu sobre ele. Nesse poste havia um transformador de eletricidade, o que teria (ainda dependemos de uma resposta da perícia) provocado um incêndio no veículo.
O motorista conseguiu sair e fugiu. Mas o passageiro, que ficou preso dentro da cabine, morreu carbonizado. Não morreu pelo impacto ou pela desaceleração, mas pelo fogo, que não foi oriundo do carro, mas da rede elétrica.
Todo acidente serve para que os sistemas de segurança sejam aprimorados. Nenhum dos dois ocupantes foi atingido pelo poste, que caiu sobre o carro. Mas poderia ter sido.
É sabido que a indústria automobilística estuda tornar os materiais que compõem o automóvel menos inflamáveis – já houve avanços significativos nesse sentido.
Fica a pergunta: diante de todas as invencionices no que diz respeito à capacidade humana de provocar acidentes, será possível mesmo um carro à prova de morte?