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Os sete anos de Thomas Schmall à frente da VW do Brasil
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Luís Perez

Lembro-me como se fosse ontem quando fui apresentado a Thomas Schmall (o executivo está deixando o cargo de presidente da Volkswagen do Brasil; leia aqui), em março de 2007, durante o lançamento do Golf. Quem fez as honras foi Junia Nogueira de Sá, então diretora de Comunicação Corporativa da Volkswagen.

Achei o novo executivo extremamente jovem (43 anos), mas esse caráter depois se revelou uma tendência. Logo de cara notei o gosto dele por dirigir carros. O car review incluía cenas de ação e explosões – foi Schmall (ou sr. Schmall, como deve ser chamado internamente) quem chegou dirigindo.

Toda mudança gera burburinho. “Ah, a Volkswagen perdeu participação de mercado”, disse-me um. Verdade. Mas não foi só a Volks e sim todas as quatro grandes – além da  Volks, Fiat, Chevrolet e Ford.

Fui atrás dos números. A Volkswagen fechou 2007 com 22,97% de participação em automóveis de passeio e comerciais leves. De janeiro a outubro deste ano, ela tem 17,5%. Uma queda de 5,47 pontos percentuais. Alta? A da Fiat também foi – de 25,94% para 21,38%, ou seja, 4,56 pontos percentuais.

Um dos fatos mais delicados dos últimos sete anos foram os que culminaram com o recall para readaptar o mecanismo de ampliação do porta-malas do Fox, em abril de 2008, que feriu os dedos de pelo menos oito pessoas. Um problema que Schmall teve de conduzir com pulso firme. O Fox é fabricado desde 2003 e o relato de problemas com o mecanismo vinha desde 2006.

Gol: fim de uma era?

Gol: fim de uma era?

Mas Schmall terá de conviver com o fato de que sob sua gestão o Gol provavelmente perderá a liderança de mercado para o Palio, da Fiat. Dito assim, parece algo completamente negativo. Não é. O Gol G4 respondeu em 2013 por até 23% das vendas totais, segundo a Volkswagen. Uma parcela nada desprezível. Para preencher seu vácuo veio o moderníssmo up!.

Por outro lado, o Palio Fire, equivalente ao Gol G4, continua sendo oferecido pela Fiat. Mérito da marca italiana, mas é preciso deixar claro para o consumidor que a marca do Palio é alcançada somando dois carros completamente diferentes – assim como era a soma de Gol G4 e G5.

Qualquer produto que se venda mais barato significa margem e lucros menores. Muitos empresários fazem isso e, no final, a conta não fecha.

É lindo dizer que é líder. Mas também é preciso ver quanto custa manter essa liderança.


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